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Você sabe como surgiu o Setembro Amarelo?
02/09/2020

Mike Emme era um jovem com pouco mais de 17 anos, de personalidade envolvente, com boas disposições à prática da caridade e um profundo amor pela mecânica. Conta-se que havia recém reformado sozinho um velho Mustang 68, que pintou por inteiro de amarelo.

Filho de Dale Emme e Darlene Emme, Myke cometeu suicídio em 1994, surpreendendo todos que estavam ao seu redor, que não haviam percebido a angústia e desesperança que se instalavam no jovem de forma tão intensa.

No dia do funeral, seus amigos e família prepararam cerca de 500 cartões com fitas amarelas para distribuição contendo a mensagem: “por favor, não faça isso. Por favor, fale com alguém”, em tradução livre. A distribuição foi muito dinâmica, alcançando a cidade e outros estados. Algumas semanas depois, chegou a notícia de que uma garota, do outro lado do país, tinha sido salva após receber a mensagem por correspondência e buscar a ajuda de um professor. Surgia ali um símbolo no trabalho de prevenção ao suicídio.

Anos depois, em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alça o dia 10 de setembro ao posto de Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e o amarelo do Mustang de Mike foi a cor escolhida para representar a campanha. Conhecida como ‘Setembro Amarelo’, no Brasil a campanha teve início em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). As primeiras atividades da campanha aconteceram na capital do país, Brasília, e no ano seguinte outras regiões também aderiram ao movimento.

Segundo dados de um estudo realizado pela Unicamp e publicados pelo CVV, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso; 32 brasileiros morrem por dia vítimas de suicídio; a cada 40 segundos há um novo suicídio. A publicação aponta ainda que 90% dos suicídios podem ser prevenidos.

Imagine se Mike soubesse que a morte não existe; que o que chega ao fim é apenas a existência do corpo físico, não a do Espírito e muito menos a da dor e da angústia. Certamente que o simples conhecimento acerca da realidade espiritual não é garantia de prevenção, basta que se observe o constante aumento no número de suicídios inclusive entre espíritas. No entanto, as reflexões pautadas neste novo prisma, considerando a imortalidade da alma como uma realidade, certamente podem enriquecer as abordagens sobre a temática.

A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec e que tem por marco inicial a publicação de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, tem como uma de suas pedras basilares a questão da imortalidade da alma. São inúmeras as reflexões que têm por objetivo conferir à criatura humana o pleno sentimento de sua natureza primordial: somos Espíritos, temos um corpo, mas permanecemos Espírito.

Trabalhando pela divulgação deste aspecto específico do conhecimento espírita, é possível iluminar, inclusive, alguns dos desafios encontramos pela campanha do Setembro Amarelo. O que fazer nos outros meses do ano, quando não se fala sobre a questão e a própria receptividade do público parece se dissolver? Seguir desenvolvido a mentalidade imortal. Dessa forma, de janeiro a janeiro, trabalharemos pelo auxílio da criatura humana. É este o ideal que motiva a campanha Gotas do Bem, mantida pela Federação Espírita do Estado de Mato Grosso.

Por meio da campanha, esperamos produzir conteúdos que fomentem essas e tantas outras reflexões necessárias aos dias atuais, em formatos que potencializem seu alcance. Vídeos em cápsulas, com duração de 2 a 3 minutos para veiculação via YouTube, Facebook, Instagram e WhatsApp; infográficos; publicações em geral para redes sociais, ampliando a rede de produção e compartilhamento dessas produções. Utilizaremos o que de mais moderno há na linguagem contemporânea para tornar o conteúdo cada espírita cada vez mais acessível, estabelecendo uma ponte entre as obras e os corações aturdidos.

Fontes:
Yellow Ribbon Suicide Prevention Program
Cartilha ‘Falando abertamente sobre suicídio’, publicada em 2017 pelo Centro de Valorização da Vida – CVV


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