A vida do Mestre, preenchida de símbolos superiores, conclama-nos para as reflexões sublimes à Tua chegada e da Tua partida, em jornada transcendente de lições imorredouras para toda a Humanidade, enquanto esteve na Terra e além dela.

Quando, anunciada pela voz angélica, aos ouvidos de Maria, a sua era a expectativa de um coração materno, ante os desafios e dilemas que o seu filho amado passaria.

Tocada de profunda humildade, Maria se entregou completamente à sacrossanta missão a que foi convocada para o benefício de iluminação do mundo, que seu filho amado veio instaurar em todas as consciências.

Apesar da Sua missão cósmica, instituiu o Senhor do Planeta Terra a modesta roupagem de uma vida simples para que pudesse externar a força do Espírito, demonstrando que através das virtudes e da sabedoria das Leis de Deus aparência alguma é necessária. Somente o amor manifestando-se em hinos de comportamento sublimado já bastava.

Foi por meio de programação adredemente elaborada, que a Tua chegada se manifestou na época histórica do censo do império romano e, por isso mesmo, a Tua ida até a cidade de Belém marcaria as anunciações das profecias, as quais diziam que haveria de sair de Belém o sinal do Messias amado.

Entretanto, as portas para a Tua chegada nas hospedarias e nas casas não foram abertas. Ninguém imaginava que o Rei Cósmico estaria pedindo abrigo pela voz melodiosa de Maria e pela expressão preocupada de José.

Para os que observavam na expectativa comum e com a sensibilidade ainda limitada, aquele casal representava apenas um intruso dentro de seus interesses cotidianos. Mas uma alma, que de certa forma se sentiu tocada pelas emoções daquela mulher de magnetismo incomum, convidou o singelo casal a pernoitar numa humilde estrebaria.

As portas do local mais simples estavam abertas para o Ser mais iluminado que a Terra haveria de conhecer, até hoje, e daqui para outros evos da Humanidade.

A Tua chegada foi tão significativa quanto a Tua partida, que em cima de um singelo animal entrastes na cidade de Jerusalém com as portas abertas e as palmas erguidas, para logo depois ser colocado numa cruz e ouvir da maioria dos que Te ovacionavam as palavras de incredulidade e acusações.

Verificou o Senhor que o coração dos homens transita ainda entre polaridades conflituosas, enquanto não se firmam na raiz intensa da consciência lúcida da vontade de Deus.

Enquanto o homem transitar a esmo, negando a sua condição de filho de Deus e desprezando os valores incalculáveis da consciência e do coração, continuará cerrando as portas para a verdade e abrindo largos portais para os equívocos.

Sabendo, porém, que as consequências chegam sempre, pois delas nenhuma alma consegue escapar, é válido lembrar que, ante as escolhas que se fazem dentro das expressões que o mundo oferece, Jerusalém com as palmas erguidas e os triunfos transitórios será sempre um símbolo de ilusão e de autoengano para aqueles que ainda não conhecem Jesus. Porém, a estrebaria colocada na simplicidade da própria alma como símbolo da mais intensa renúncia, da mais alta humildade, que sabe diminuir sem perder a altivez do amor, consagrará os que se fazem verdadeiros discípulos do Mestre em servidores úteis para Deus onde estiverem.

Sendo assim, que o cooperador de Deus jamais se considere com as portas cerradas, ante o auxílio divino, pois elas se abrem para aquele que se dedica a diminuir-se a fim de que o Cristo se eleve na alma.

Da mesma maneira, as portas triunfantes da Terra hão de levar, mais cedo ou mais tarde, o indivíduo a dar-se conta da sua própria pequenez e será, pela Lei de Misericórdia, convidado a conhecer os benefícios da sua própria crucificação moral, para que com ela reconheça a bondade divina em oferecer-lhe as experiências, que lhe auxiliarão a diminuir as manifestações do ego, acrescentando-lhe o sentimento de viver as consequências de suas escolhas, fazendo delas pilares para a autoiluminação.